domingo, 27 de março de 2011

Foz


Me dispo daquela que fui antes e me ordeno andar
Desdobro as pernas alogando caminhos
Deixo recados nos portões
Neles conto a urgência que ontem foi presságio
Neles denuncio o intratável
O assombroso desenho sem traços do vazio
Depois me dispo das folhas e me ordeno escrever um poema no ar
Deixo os versos expostos no jardim
Vou descosturando as rimas entre os bancos espalhando as letras silenciosamente
Aguardo que sejam roubados sem vestígio
Neles ofereço a palavra senha descoberta
Aquela que trago içada da ponta esquerda do peito
Aquela que se debate em convulsão
Aquela que desmerece o leito ignorado
Aquela que festeja o rio
Depois rastreio o feito
Contradigo a sós
Permeio o novo
Encontro outra foz

(Suzana)

2 comentários:

  1. Queridíssima Su!
    Que surpresa boa. Agora posso ler seus poemas "24hs".
    Você foi uma das minhas primeiras seguidoras, agora é minha vez.
    Sucesso minha amiga. Estarei sempre por aqui.
    Par de beijos, Ana

    ResponderExcluir
  2. Ana! Obrigada pela sua visita e pelas suas palavras. Uma alegria ter a sua presença por aqui! Grande beijo no seu coração!

    ResponderExcluir