quinta-feira, 24 de março de 2011

Chuvas



Se despe de chuvas apressadas a natureza (se desnudam na túnica das águas o sol e a mata) Um circo de folhas em cipós-trapézios e sua troupe de equilibristas alados. Maracujás abraçam o birizeiro e suas hélices viajam com o vento. Uma coruja pousa paciente no galho do flamboyant vermelho, sentinela de estrelas, noturna guardiã sonolenta no tronco da manhã. Se reveste de chuvas apressadas a cidade (se cobrem na túnica das águas o sol e a rua) Tropeça na barra desfeita das esquinas, desabotoa faróis nas sinaleiras. Costura janelas alinhavando falsas cachoeiras. De uma vitrine um olhar escapa molhado.

Ou... ”A mesma chuva”

(Suzana)

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