sábado, 26 de março de 2011

Naufrágio da Paixão




Vou te contar como sinto o Naufrágio da Paixão. Esse doce trecho do cruzeiro da Sedução que se transforma em acidente de percurso do coração quando se entrega o comando do leme à ilusão e se parte a quilha da embarcação. Tudo começa pela leitura errada do mapa de navegação. Detalhes cruciais deletados pela fuga da razão. Que fazem acreditar que o sul é norte, e que ventanias é sinal de sorte. Tudo tem começo na falta de observação. Do tempo que adormece a emoção que acusa no painel: “baixa pressão”. Você não acredita que a frente fria seja capaz de cambar a travessia. Duvida dos faróis que alertam, se ilude com a calmaria.
Um dia você desperta com aviso de tempestade. E tenta no desespero um desvio de declinação. Procura teu salva-vidas na proa da intenção. Percebe que não possui um cabo de amarração. Conclui que está á deriva sem luzes de navegação. Velejar e amar tem pontos em comum: escolha do barco, cuidados, roteiro e previsão. Equilíbrio entre a aventura e o seguro cais. Delicioso aportar na paz. União de forças no enfrentamento de temporais. Um brinde no convés de um Caribe particular. E ainda que você esteja na preamar jamais se iluda. Nunca se esqueça de sondar a Lua.


"Naufrágio da Paixão"
(Suzana)

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