quinta-feira, 24 de março de 2011

Lacrima

Verto águas.
Das nascentes.
Cachoeiras.
Correntezas.
Marés altas.
Verto chuvas.
Promovo a esgrima dos ventos.
Provoco el-niños com sabres.
Produzo ciclones com floretes.
Só pra mascarar a lágrima que tem seu nome.

Ou...” Lacrima”

(Suzana)


Elogio das lágrimas – Chorar – Propensão particular do sujeito amoroso chorar: modos de aparição e função das lágrimas nesse sujeito.

“Entregar-se às lágrimas poderia ser uma disposição própria do sujeito amoroso?... “De onde o amante tira o direito de chorar senão da reviravolta dos valores que coloca o corpo como primeiro alvo? Ele aceita recuperar o corpo criança.” ...”Além disso, aqui, o corpo amoroso tem como duplo um corpo histórico. Quem escreverá a história das lágrimas?...”Por minhas lágrimas conto uma história, produzo um mito de dor...” porque chorando dou-me um interlocutor enfático que recolhe a mais “verdadeira” das mensagens, a de meu corpo, não a de minha língua”.
Fragmentos de um discurso amoroso – Roland Barthes págs. 59,60,62

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