quarta-feira, 23 de março de 2011

Paralelas




Aqui não construímos castelos com pontes elevadiças e guaritas secretas.
Nem por isso deixamos de ter sonhos e velas. Convite ao chão da terra.
Nem por isso deixamos de ter asas e flores depois da chuva.
Não! Aqui não inventamos jogos de poder ou cenas de novela.
Destino é o cotidiano real.
Nem por isso deixamos de rabiscar poemas e ofertar tulipas.
Podemos caminhar entre o cristal do imaginário e o chão da sala.
Aqui não promovemos distâncias intransponíveis.
Podemos nos alternar entre beijos sérios e gargalhadas
valorando o encontro de nossas almas.
Nem por isso deixamos de ser anjo e desejo e paixão e espera.
Entre cobertores de entregas.
Não! Aqui não acenamos com mágicas e truques na cartola.
Podemos nos falar com o olhar e o gesto da presença inteira.
Onde o engano não encontra eco e nem tem mola.
O amor maduro faz brotar na pele sereias e gueixas adormecidas.
Desvendar o amor maduro acende a chama essencial
de ser amada e amar no tempo em que o amor nos veio.
E é presente!

Ou..."Paralelas"

(Suzana)

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