quinta-feira, 24 de março de 2011

Pesca pagã




O cais amanheceu em vento e maresia
Não vou pescar
Vou desviar meu passo pela areia
E desfiar num cordão de conchas liras prá te acordar
Vou recolher a rede e a vela
Vou caminhar
Que meu barco adormeça no colo das ondas e que descanse
E quanto mais o mar avance mais meu barco beijado seja
Vou poemar
Vou te dizer num verso singular o que o teu coração precisa ouvir
Te contar das idas e vindas por esse mar
Te trazer do fundo segredos que mereçam tua guarda
Tesouros essenciais
Vou te dizer com calmaria que apesar do amor tem vindo com perigo
(e do farol que nunca sigo...)
estou contigo e estás comigo!
Te contar que as velas se inclinam quando as certezas vacilam
mas que a rede chega sempre serena e cheia
Te dizer que apesar do amor ter vindo de mau jeito
(mudando as rotas e ponteiros do meu peito...)
estou contigo e estás comigo!
Às vezes perdida buscando um canto
cansada querendo um porto
sozinha tentando um ponto
Por razões de tempo e coração
não vou pescar


Ou..."Pesca pagã”

(Suzana)



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