quarta-feira, 23 de março de 2011

O anti-eclipse humano



Saiba que esta lua de maio é cheia e grávida de eclipse.
No Médio Oriente alheia ao radar de Hebron,
nos africanos costados,
talvez às margens do sagrado Ganges,
ela se refletirá num coito avermelhado.
Vem... vem imaginar o céu além da andina muralha chilena.
Vem... vem sobrevoar o olhar sobre o teto inca.
Vem... vem deslizar o olhar além do atlântico mar que nos separa.
A lua iluminada pelo sol vai parir imagens raras.
Enquanto aqui nós persistimos no singular andar.
Num absurdo silencio de gestos.
Num estéril discurso de idéias aleatórias.
Pequenos grãos de areia falando nada!
Perdidos ecos de intraduzíveis palavras.
Com o olhar escuro no pé do chão da terra!

(Suzana)




Nenhum comentário:

Postar um comentário