sábado, 26 de março de 2011

Descompasso





Busco ultimamente “entender o sentimento”. Da paz de amar dentro do tempo. Tatuo a pele que tece a velha trama. Aquietar a chama. Equalizar o drama. Da partitura da emoção e entendimento. Se o racional gravita, o coração palpita. Meu desejo é afinar a escrita. Ajusto o meu latim ao tambor do xamã. Um dueto ancestral. Bato na forte delicadeza (como se a delicadeza fosse sincopal). Soa paradoxal. Explico que elas dançam juntas pelo teu quintal. E tocam na banda pessoal. Gravo ecos de gentileza. Faces de um blues artesanal. Esclareço que é desenho construído lentamente refletido no teu natural (como se a gentileza fosse um ritual). Registro uma ternura essencial. Sonora, gestual (como se a ternura fosse tribal). Fecho então o dicionário. Calo o tambor. Não sei pensar. Só sei compor.

Ou... Descompasso
(Suzana)


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