quarta-feira, 23 de março de 2011

Língua d´àgua

É preciso o longo estio para que depois eu te beije com a violência das chuvas.
Primeiro com inundações e maresias, depois à conta gotas e com alegria.
É como secar a ferida depois do talho unido.
Quando o sangue jorra é sangria desatada.
Sou bicho ferido.
És ave fugitiva.
Depois desse momento é a calmaria.
Tempo cíclico.
Porque não trabalhar o imprevisto que movimenta nossas paredes e desnuda a argamassa de nossa imagem?
Depois de todo estio: "trocamos as línguas e a linguagem".


(Suzana)

Nenhum comentário:

Postar um comentário