quarta-feira, 23 de março de 2011

Babel



Era como estar numa babel particular. Sem tradutor.
Com as saídas de emergência interditadas!
Como estar numa feira em Marrocos. Sem dicionário.
Com as sacolas cheias de cansaço.
Como estar buscando a ponta do novelo. Na pata do gato.
Como dourar a pílula do drama, porque a solidão tem garras.
Como retardar a foto do nada.
Como buscar a intenção que gerou o ato.
E descobrir que o fim veio junto desde o início. Dissimulado.
Como derreter as alianças desfazendo os elos.
Diluídas no fogo do cotidiano.
Disfarço a lágrima temperando a palavra.

Ou "Babel"

(Suzana)




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