terça-feira, 12 de abril de 2011

Mesa na mata



A fruta em tempo certo explode a casca revelando uma semente entardecida.
Sob o sol a polpa se oferece avermelhada.
É tenra? É doce?
Madurada pelo vento, namorada pelo bico do pássaro lenhador,
surge intacta, inédita, protegida pelo estio da espera.
Atada ao galho original se expõe ao meu olhar que passa.
Numa vitrine de folhas, cipós-madeira, trepadeiras da mata,
formigas e abelhas fazem festa!
E nessa mesa minha boca não é convidada.
Apenas meu olhar se farta.


(Suzana)

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