Manhãs secas e caladas numa estrada pó de arroz da terra.
O tronco emudecido de saudade do orvalho acende a mata em chamas.
A imagem do cascalho no solo.
A noite maquiada de fumaça.
A noite maquiada de fumaça.
Uma estrela angustiada e sem graça namora uma lua velada.
No ninho do pássaro adormecido há folhas cobertas de tardes.
Numa taça de vinho e na vela perfumada um momento entre a dúvida e a entrega.
Poemas construídos de mãos e peles.
Rimas do amanhecer.
Estrofes de vento e fogo.
Num olhar difuso um carinho silencioso.
Num olhar difuso um carinho silencioso.
Um beijo numa madrugada de delícias.
Um pouco de abandono num riso partilhado.
Um pouco de abandono num riso partilhado.
Um pacto sobre o abstrato na troca do passado.
Rascunhos do futuro.
Rascunhos do futuro.
E na labuta de preparar canteiros do presente semear o existirmos mesmo à margem.
Tu sabes, a primavera não perdoa a terra sem aragem.
Ou "Ao pé do ouvido"
(Suzana)
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